O Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa (Cridac), gerido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), realizou um mutirão para entregar próteses transtibiais e de membros superiores a cem pacientes de 32 municípios de Mato Grosso, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa terminou nesta sexta-feira (27.6).
Esses dispositivos protéticos transtibiais são indicados para pessoas que tiveram amputação abaixo do joelho. Os pacientes, com idades entre 1 e 90 anos, foram selecionados de acordo com a ordem do protocolo na oficina ortopédica do Cridac. Entre os motivos para a necessidade do uso da prótese, estão problemas congênitos, traumáticos, trombose ou diabetes.
“A SES promove esses mutirões para dar celeridade ao atendimento e garantir que mais pessoas com deficiência (PcD) tenham acesso a uma prótese moderna, durável, bem adaptada ao corpo para dar mais conforto, autonomia e qualidade de vida aos cidadãos, permitindo que essas pessoas vivam com mais independência”, disse o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo.
Segundo a diretora do Cridac, Suely Souza, o primeiro passo é a avaliação do paciente pelo fisioterapeuta, que verifica se há condições físicas para o uso da prótese, como força muscular e equilíbrio.
“Se aprovado, o usuário já avança para a próxima etapa, que é tirar as medidas precisas para a confecção da prótese. Com base nos moldes coletados, o equipamento é feito sob medida, visando o máximo conforto e funcionalidade. Depois, o paciente retorna para provar a prótese e fazer os ajustes finais, para garantir que ela se adapte perfeitamente”, explicou Suely.
Após a entrega do dispositivo, o paciente é encaminhado ao centro de reabilitação ou às equipes multidisciplinares próximas de sua residência para começar a fisioterapia com treinamento de uso e adaptação. O Cridac mantém um acompanhamento, ficando à disposição para quaisquer dúvidas ou necessidades de ajustes adicionais.
“O impacto na vida dos pacientes é significativo. A satisfação e a alegria deles ao sair do Cridac com suas próteses são um reflexo do sucesso e da importância desse trabalho, que contribui diretamente para uma melhor autoestima”, complementou a diretora.
O aposentado Evaldo Soares Vanderlei, 67 anos, teve que amputar parte da perna há dois anos por complicações da diabetes, após perfurar o pé no quintal de sua residência, em Novo Santo Antônio. Ele recebeu a primeira prótese do Cridac no mutirão e foi só elogios ao atendimento e à equipe.
“Muito bom. A fisioterapeuta que recebeu a gente é muito boa. Eu a conheci em São Félix [do Araguaia] quando ela foi lá. É uma pessoa excelente. Agora eu vou pra casa e, na segunda-feira, vou fazer fisioterapia lá na minha cidade”, disse.
Vanderlei, que trabalhou 30 anos na Secretaria de Saúde de Novo Santo Antônio, contou que agora sua vida vai ficar melhor, pois vai poder voltar a sair mais de casa.
“Eu espero uma melhora, né? Porque a gente sem a prótese fica só em casa, sentado, não sai para lugar nenhum, não caminha. Agora eu com a minha prótese não. Eu vou caminhar, fazer um exercício na praça, que eu moro em frente de uma praça, mesmo pra melhorar a vida da gente”, disse.
Luiz Roberto da Silva, 57 anos, de Nova Xavantina, usa prótese há 25 anos e sempre é bem atendido no Cridac, em Cuiabá. Ele contou que precisou amputar após acidente de trabalho.
“O prefeito de Nova Xavantina tem convênio com a casa de apoio aqui em Cuiabá. Eu venho, fico aqui, pouso aqui, almoço, eu venho para cá, faço tratamento, volto para lá de novo. À noite tenho a passagem pra voltar para casa.”
Hoje em dia, Silva é aposentado, mas continua trabalhando em bicos como pedreiro e disse que a adaptação de suas próteses tem sido tranquila.
“A primeira foi mais difícil um pouquinho, né? Eu não estava acostumado, mas depois da primeira, as outras foi rapidinho. Vinha aqui, usava, fazia a prova ali, não precisava mexer, nem nada. Sempre foi feito aqui. As primeiras que eu fiz, foi no [bairro] Dom Aquino. Aí depois passou pra cá. Já foram duas que foram feitas aqui no Cridac.
O Cridac conta com a parceria das Prefeituras para organizar a logística de transporte e, se necessário, a estadia em Cuiabá para o ajuste da prótese.
Nesse mutirão foram beneficiados pacientes de Alta Floresta, Arenápolis, Barra do Garças, Canabrava do Norte, Campinápolis, Campo Novo do Parecis, Chapada dos Guimarães, Comodoro, Confresa, Cuiabá, Denise, Diamantino, Guarantã do Norte, Itaúba, Juara, Luciara, Nova Canaã do Norte, Nova Mutum, Nova Xavantina, Novo Santo Antônio, Peixoto de Azevedo, Poconé, Pontes e Lacerda, Rondonópolis, Santa Terezinha, Sapezal, Sorriso, Sinop, Tabaporã, Tangará da Serra e Várzea Grande.
Em julho, o Cridac fará outro mutirão para atender cerca de mais 100 pacientes que precisam de próteses femorais.
Fonte: Secom-MT
Autor: Luiza Goulart | SES-MT