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05 de Abril de 2021

Juíza dá 72 horas para Cuiabá se manifestar sobre novos postos

Juíza dá 72 horas para Cuiabá se manifestar sobre novos postos

A juíza Célia Vidotti, da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Popular, deu prazo de 72 horas para que a Prefeitura de Cuiabá se manifeste sobre a ação do Ministério Público Estadual (MPE) que pede a abertura, em 24 horas, de novos postos de vacinação contra a Covid-19 na cidade.

 

A decisão foi publicada nesta segunda-feira (5). Na ação, o MPE cita a omissão da Prefeitura por concentrar em um único ponto a vacinação, gerando aglomerações e filas quilométricas de carros. 

 

Atualmente, a imunização na Capital é realizada apenas no Centro de Eventos do Pantanal.

  

Entendo pertinente, antes de apreciar o pedido liminar, que o requerido se manifeste previamente, informando, inclusive, qual a estratégia adotada para otimizar a vacinação de idosos no município

Em sua decisão, a juíza citou a audiência de conciliação realizada na última quinta-feira (1º) pelo Tribunal de Justiça com a Prefeitura e Governo do Estado.

 

“Desta forma, entendo pertinente, antes de apreciar o pedido liminar, que o requerido se manifeste previamente, informando, inclusive, qual a estratégia adotada para otimizar a vacinação de idosos no município e evitar as aglomerações ocorridas e amplamente divulgadas pela mídia, no Centro de Eventos do Pantanal, em razão da centralização do local de vacinação”, disse a magistrada.

 

“Assim, intime-se o requerido, por seu Procurador-Geral, para que manifeste, no prazo de setenta e duas (72) horas, sobre a liminar pretendida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Havendo manifestação ou decorrido prazo, certifique-se e conclusos”, decidiu a juíza.

 

Nesta segunda (5), a Prefeitura anunciou a abertura de mais dois pontos de vacinação: um no estacionamento do Sesi Papa e outro no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 

 

No entanto, ainda não há uma data definida para que os postos comecem a funcionar.

 

A ação

 

O promotor de Justiça Wagner Cezar Fachone  defendeu que, a exemplo de outras capitais, como Campo Grande (MS), a descentralização dos locais de vacinação tem sido a fórmula mais adequada para imunizar a maior quantidade de pessoas, reduzindo assim a possibilidade de aglomeração.


“Na capital sul mato-grossense adotou-se a estratégia da regionalização de polos desde o início da vacinação, com dezenas de pontos espalhados pela cidade. Esse é um exemplo de uma experiência exitosa de descentralização da imunização, que pode ser seguida pelas demais autoridades sanitárias”, diz outro trecho da ação. 

 

Ele destacou que um dos fatores da aglomeração se dá pelo comparecimento de alguns idosos ao local da vacinação, antes da hora agendada.

 

Segundo ele, porém, esse comportamento reflete justamente a ansiedade das pessoas de serem vacinadas o mais rápido possível e afastar essa "maldita doença causadora de tantas mortes, haja vista que a vacina, por enquanto, é a forma mais eficaz contra a covid-19".

  

“Portanto, não se pode atribuir aos idosos a culpa pelas aglomerações experimentadas nos dias de vacinação, mas sim a falta de estratégia adequada de pulverização de pontos de vacinação”, disse.

Autor: THAIZA ASSUNÇÃO DA REDAÇÃO Foto Alair Ribeiro/TJ